Oficina Extração e Doseamento da cafeína em bebidas energéticas. A bebida TOP! TOP! TOP! entre os adolescentes
Formador

FotografiaCristina Galacho 

Fotografia

 

Margarida Figueiredo

Descrição

Resumo

 

O principal objetivo desta oficina de Química é extração e doseamento da cafeína em bebidas energéticas: Como técnicas principais serão usadas a extração por solventes (simples e múltipla) e espectrofometria de Ultravioleta-Visível (UV-Vis).

Os aspetos relevantes de segurança serão igualmente tidos em consideração, nomeadamente, a análise dos Perigos Físicos, para a Saúde e para o Ambiente, as Advertências de Perigo e Recomendações de Prudência, e ainda os EPi e EPc, baseada nas FDS conforme o regulamento CE nº1272/2008.

Contextualização

O que têm em comum o café, o chá, a coca-cola® e o red bull®? Respondendo de forma imediata poderíamos dizer que são todos bebidas, mas há algo mais em comum… até podemos afirmar que há uma certa Química entre eles. Ah, pois há! É a cafeína….

A cafeína é um composto natural classificado como alcalóide do grupo das metilxantinas cujo nome IUPAC é 3,7-Dihidro-1,3,7-trimetil-1H-purina-2,6. Está presente de forma natural nos grãos de café e de cacau, nas folhas de chá e é adicionada a muitos outros produtos, incluindo, formulações farmacêuticas, refrigerantes do tipo “cola” e “bebidas energéticas” [1].

Uma das facetas mais conhecidas da cafeína é seguramente a de estimulante… Quem nunca bebeu um cafezinho para se sentir mais em forma?

Para além de potenciar o estado de alerta e a atenção prolongada, a cafeína apresenta numerosas vantagens reconhecidas pela ciência, tais como, ação antioxidante, efeito diurético, promoção da utilização da gordura corporal durante a prática de exercício físico, etc. A sensibilidade à cafeína varia muito de indivíduo para indivíduo e, quando consumida em excesso, pode causar efeitos indesejáveis, nomeadamente, ansiedade, agitação e inquietação, insónias, distúrbios gastro-intestinais, entre outros. Contudo, o seu consumo habitual pode minimizar muitos destes efeitos, uma vez que as suas propriedades estimulantes da cafeína afetam menos os consumidores habituais do que os ocasionais [2].

Na tabela seguinte apresenta-se, a título informativo, o teor de cafeína em diferentes bebidas presentes no nosso quotidiano, incluindo, o das cada vez mais populares bebidas energéticas [1].

Bebida

Quantidade / mL

Teor em cafeína / mg

Café “curto”

17

62

Café “médio”

28

72

Café “cheio”

47

88

Chá preto saqueta (infusão 1– 3 min)

150 mL

15-35

Chá preto saqueta (infusão 3 - 5 min)

150 mL

30-50

Chá (folhas)

150 mL

20-30

Refrigerantes tipo cola

330 mL

30-48

RedBull® Energy Drink

250 mL

80

Monster Energy®

250 mL

80

HELL Strong Red Grape®

250 mL

96

Chocolate Quente

240 mL

10

 

O consumo de bebidas energéticas, isoladas ou combinadas com álcool, tem vindo a aumentar de forma exponencial nos últimos anos e é cada vez mais popular entre os adolescentes que visam a obtenção de mais energia e o aumento da concentração, para diversos fins, como estudar, performance física e diversão.

Um estudo de 2011 da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA), realizado em 16 países Europeus, revelou que 68% dos adolescentes com idades compreendidas entre os 10-18 anos, 30% dos adultos e 18% das crianças com idade inferior a 10 anos consumiam bebidas energéticas [3].

Em Portugal o artigo “Bebidas Energéticas: Qual a realidade na adolescência?” publicado em 2017 na revista da Sociedade Portuguesa de Pediatria apurou que 76% dos adolescentes com idades compreendidas entre os 14-17 anos já tinham experimentado bebidas energéticas, tendo a primeira ingestão ocorrido entre os 12 e os 15 anos em 85% dos casos [4].

A realidade é que os jovens em todo o mundo consomem cada vez mais, e em quantidades excessivas, bebidas energéticas, apesar dos potenciais efeitos adversos! [3,4].

Extrair e Dosear para Consciencializar!

 

[1] C. Galacho e P.J. Mendes “A Cafeína” Semanário Registo. Edição 210. 08/Junho/2012 p10.

http://www.registo.com.pt/cultura/a-cafeina/#.UO_rSazDVks

[2] C. Galacho e P.J. Mendes “Mais Cafeína” Semanário Registo. Edição 212. 20/Junho/2012 p 8-9.

http://www.registo.com.pt/cultura/mais-cafeina/#.UO_riKzDVkt

[3] J. Breda et al “Energy drink consumption in Europe: a review of the risks, adverse health effects, and policy options to respond” https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fpubh.2014.00134/full, acedido a 7/12/2018

[4] Jornal Público https://www.publico.pt/2017/06/05/sociedade/noticia/bebidas-energeticas-jovens-portugueses-bebem-muito-apesar-dos-potenciais-efeitos-adversos-1774604, acedido a 7/12/2018

https://eic.rsc.org/soundbite/do-teenagers-drink-too-many-energy-drinks/3008927.article

Material Necessário Bata e calculadora (científica ou gráfica)

© 7º Encontro de Professores de Física e Química - Sociedade Portuguesa da Física